terça-feira, 5 de setembro de 2017

Tupi-guarani uma ova!!



Eu sempre escuto um uso equivocado da palavra "TUPI-GUARANI".
O senso comum pensa que os povos de hoje ou os povos da época da invasão colonial falavam ou eram "tupis-guaranis". De certo modo sim, pois se trata da característica da família linguística. Mas, no sentido mais trivial, não. A língua tupi-guarani não existe, pode ter existido um proto-tupi-guarani (e talvez nem mesmo ela, porque isso tb é só teoria acadêmica. Talvez nem seja adequado falar em "família". Há teóricos que falam de ramos e subramos e etc etc.. Teorias acadêmicas). Mas partindo desse pressuposto, tupi-guarani não é uma língua específica falada hoje. Hoje o que os povos indígenas provenientes desse grupo falam é guarani, tembé, urubu-kaapor, sirionó, guarayo, kamayurá, tapirapé, etc... Hoje são um pouco mais de 30 as diferentes línguas que compõe a família tupi-guarani.
Tupi-guarani não é uma língua e nem uma etnia específica. É o nome de uma família (ramo, grupo) de diferentes línguas.
Pensar que todo e qualquer índio é um tupi-guarani é o resultado do olhar simplista e invisibilizador do protagonista branco.
Os/as índios/as somos muito diversos/as. E isso porque estou apenas mencionando o tupi-guarani. Imagine se pensarmos no tronco Tupi, em outros troncos como o macro-Jê, em tantos outros ramos e nas dezenas de famílias e línguas isoladas não classificáveis?



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